Glossário de termos usados pela População LGBTQIA+ 

 

Desenvolvido por Anderson Siqueira Pereira 

@psicologoandersonpereira 

www.spanderson.com.br 

 

 

Este pequeno glossário foi desenvolvido com o intuito de ajudar profissionais da saúde a compreender alguns dos termos comunmente utilizados pela população LGBTQIA+. Ele não se propõe a ser uma extensa biblioteca onde todos os termos são explicados, mas sim um guia inicial que pode auxiliar o profissional a entender o que um determinado paciente esta se referindo e, assim, poder proporcionar um espaço de maior acolhimento e compreensão a uma pessoa da cominidade! 

 

 

Orgulho LGBTQIA+: O tema do orgulho LGBTQIA+ é um tema que deve ser sempre refletido, visto queo orgulho não deve ser entendido apenas por ser uma pessoa não heterossexual, mas sim de sentir-se orgulhoso em conseguir vivenciar sua própria sexualidade em uma sociedade e cultura que, em diversos momentos, buscou a invisibilização, a discriminação e a violência contra pessoas que não se encaixavam nos padrões ditos como normais. Ser uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ é, também, um ato politico, visto que quando uma pessoa vivência a sua sexualidade, ela está buscando uma mudança na sociedade e incentivando outras pessoas a serem quem são e buscar respeito. 

 

Gênero: O conceito de gênero pressupõe que ser homem ou mulher é produto de uma construção social e não de uma condição biológica. Por isso, quando falamos em “identidade de gênero” nos referimos à percepção que a pessoa tem de si como sendo do gênero feminino, masculino ou de uma combinação dos dois, independentemente do seu sexo biológico. 

 

Sexo biológico: Refere-se às características biológicas que a pessoa tem ao nascer, que podem ser cromossomos, genitália, composição hormonal e outros fatores. É importante notar que não existe gênero no sexo biológico em si. Existe uma expectativa social de gênero em relação ao corpo. Por exemplo, espera-se que uma pessoa nascida com atributos biológicos masculinos se identifique com o gênero masculino, mas ela pode se reconhecer com o gênero feminino ou os dois. 

 

 

 

Intersexualidade: Descreve pessoas que nascem com anatomia reprodutiva ou sexual e/ou padrão de cromossomos que não podem ser classificados como tipicamente femininos ou masculinos. 

 

Sexualidade: A palavra sexualidade diz respeito às construções culturais relacionadas aos prazeres e aos intercâmbios sociais e corporais. Isso engloba o erotismo, o desejo, o afeto e também noções relativas à saúde e à reprodução. 

 

Orientação sexual: Trata-se da capacidade de cada pessoa de sentir atração emocional, afetiva ou sexual por indivíduos de gênero diferente, do mesmo gênero ou de mais de um gênero e, logo, ter relações íntimas e sexuais com eles. 

 

Bissexual: É a pessoa que se relaciona afetiva e sexualmente com pessoas de ambos os gêneros/sexos. 

 

Pansexualidade: orientação sexual na qual a pessoa se sente atraída por pessoas que se identifiquem em qualquer identidade de gênero (masculino, feminino, queer). 

 

Heterossexual: Denomina-se heterossexual a pessoa que se sente atraída sexual, emocional ou afetivamente por pessoas do sexo/gênero oposto. 

 

Homossexual: Homossexual é o indivíduo atraído amorosa, física e afetivamente por pessoas do mesmo sexo/gênero. O termo refere-se, portanto, tanto a homossexuais femininas quanto masculinos. 

 

Gay: Pode ser chamada de gay a pessoa do gênero masculino que tem desejos por ou relacionamento afetivo-sexual com pessoas do gênero masculino. 

 

Lésbica: Quando uma mulher sente atração afetiva e/ou sexual por pessoas do mesmo sexo/gênero, utiliza-se a palavra lésbica para descrevê-la. 

 

 

 

 

 

 

Queer (ou gênero neutro): são pessoas que não se limitam a apenas uma expressão de gênero. Apresentam comportamentos e percepção de si que não são limitadas apenas ao culturalmente determinado como “de homem” e “de mulher”. Quando referido a algum objeto, local ou comportamento, também pode se referir a itens ou questões da comunidade LGBTQIA+ que não se encaixam no padrão heteronormativo. 

 

Transexual: Uma pessoa que não se identifica com o sexo biológico designado. Pode ter passado por alguma cirurgia de adequação sexual ou não. 

 

Travesti: Termo antigamente utilizado para designar transexuais que trabalhavam com prostituição. Hoje é usado por transexuais como uma identidade de gênero como forma de ressignificar o teor pejorativo do termo. 

 

Cisgenero (ou apenas Cis): Refere-se a uma pessoa que se identifica com o sexo biológico com o qual foi designado ao nascer (ex: uma pessoa XY que se identifica como homem). 

 

Mulher Trans: Uma pessoa que foi designada como sexo masculino ao nascer, mas que atualmente se identifica como Mulher. 

 

Homem Trans: Uma pessoa que foi designada como sexo feminino ao nascer, mas que atualmente se identifica como homem. 

 

F2M, FTM, F to M: Termo em inglês que também pode ser utilizado para descrever homens trans. 

 

M2F, MTF, M to F: Termo em inglês que também pode ser utilizado para descrever mulheres trans. 

 

Pack: uma protese peniana utilizada por homens trans como uma forma de dar a impressão de que a pessoa possui um pênis. Pode ser apenas um complemento estético, mas alguns modelos possuem funcionalidade, tanto para urinar de pé, quanto para a penetração. 

 

Packing: a utilização de Packs ou outros objetos como uma forma de criar um volume que simule um pênis. 

 

Acuendar ou Tucking: Processo para esconder o pénis e torná-lo menos visível. Exige alguns cuidados específicos para evitar efeitos nocivos à saúde. Muito utilizado por Drag Queen ou mulheres trans que não realizaram cirurgia como forma de utilizar roupas justas. 

 

Binder:  usado por homens trans para atenuar o volume das mamas e aliviar episódios de disforia de gênero (a desconformidade entre o sexo anatômico e a identidade de gênero), sendo um recurso comum para a construção da masculinidade dos transexuais não mastectomizados. É constituido por uma faixa de tecido usado por cima dos seios. 

 

Passivo: Termo utilizado para descrever a pessoa que é penetrada em uma relação sexual. 

 

Ativo: Termo utilizado para a pessoa que realiza a penetração em uma relação sexual. 

 

Versatil: Termo utilizado para descrever a pessoa que não possui uma preferencia entre ser penetrada ou penetrar, podendo desempenhar ambos os papéis. 

 

Gouinage: pratica sexual a qual não envolve penetração, utilizados todos os sentidos para que a pessoa descubra suas zonas erógenas através de toques, cheiros e gostos. apenas caricias. 

 

Prep (Profilaxia pré exposição): Medicação utilizada por pessoas para diminuição do risco de contração de HIV em relações sem preservativo que é utilizada, normalmente de forma continua, como forma de prevenção. 

 

PEP (profilaxia pós exposição): Medicação utilizada por pessoas para diminuir o risco de infecção por HIV após uma relação sexual sem preservativo (ou que o preservativo se rompeu), é usada como uma forma de contenção de risco. Deve ser tomada, preferencialmente 2 horas após a exposição (no máximo até em 72 horas). Atualmente é um tratamento que dura cerca de 30 dias. 

 

Paciente HIV+ indetectável: Quando uma pessoa que vive com HIV faz o seu tratamento de forma correta sua carga viral se torna tão baixa que ela não aparece mais em seus exames de sangue. Os estudos atuais mostram que pacientes nestas condições não transmitem o virus e possuem a mesma qualidade de vida que uma pessoa de sorologia negativa, 

 

Bareback: É a prática de sexo sem camisinha por homens. 

 

Drag queen: homem que se “monta” com roupas, acessórios, maquiagem, partir de características do sexo oposto para performances artísticas. A drag não está associada a uma identidade de gênero ou orientação sexual, ela é usada apenas como forma de expressar uma arte. A drag queen Pabllo Vittar e a Gloria Groove são nomes populares atualmente na cultura brasileira, mas é importante destacar que ambos se identificam como homens Cis. Apesar de não serem tão comuns, também existem os “Drag Kings”, mulheres que se produzem como homens. 

 

Nome social: é usado pelas pessoas transexuais ou pelas travestis para se identificar com sua identidade de gênero enquanto ainda não houve alteração formal nos seus documentos civis. É um direito das pessoas trans poderem solicitar o atendimento pelo nome social e podem solicitar que o mesmo conste em seus documentos de identidade. 

 

Nome morto: termo usado para se refir ao nome designado a pessoa a partir do seu sexo biológico por seus pais e que era usado antes dela escolher seu novo nome como pessoa trans. 

 

Sair do armário: Expressão utilizada quando uma pessoa da comunidade assume sua sexualidade. Pessoas que ainda não assumiram publicamente sua sexualidade podem ser descritas como “dentro do armário”. 

 

Homofobia Internalizada: Refere-se ao fenomeno no qual uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ percebe as caracteristicas presentes na “não heterossexualidade” como erradas, sujas ou pecaminosas. Normalmente está associado a internalização da homofobia da sociedade e da repressão da própria sexualidade. 

 

Grindr, Hornet, Scruff: Apelicativos de encontros usados pela comunidade gay. 

 

WAPA, Branda, Her, Zoe, Fem: Apelicativos de encontros usados pela comunidade lésbica. 

 

Casamento Gay: O casamento gay no Brasil é reconhecido desde 5 de maio de 2011 e pode ser realizado em qualquer cartório, sendo que casais do mesmo sexo tem os mesmos direitos que casais heterossexuais (divisão de plano de saúde, herança, etc.). Porém, é importante salientar que esse direito ainda não é regulamentado por uma lei, mas sim por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).  

 

Homoparentalidade: Termo utilizado para definir homossexuais que são pais, adotivos ou não, e que criam seus filhos. O termo foi utilizado pela primeira vez na França, em 1996, pela Associação dos Pais e Futuros Pais Gays/Lésbicas. 

 

 

A importância dos Pronomes: A utilização correta de pronomes é uma forma de afirmação (própria) e reconhecimento (por outras pessoas) de identidades. Os pronomes assumem especial importância nas identidades trans e não binárias. É importante sempre respeitar a forma como uma pessoa quer ser chamado e, em caso de dúvida, sempre questionar como a pessoa gostaria de ser chamada. Existe uma larga discussão sobre a utilização de pronomes neutros. Atualmente não existe um consenso sobre qual seria o melhor pronome neutro para ser utilizado no português brasileiro, sendo que alguns utilizados são: delu/elu e Dili/ile. 

 

 

 

Datas importantes para a Comunidade LGBTQIA+ 

 

 

 

 

 

 

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